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Da videira ao cálice de vinho italiano


Fazer uma pausa para degustar um cálice de um bom vinho italiano é sempre um grande prazer, um momento de contemplação. No entanto, nos bastidores das melhores etiquetas do mundo enológico o trabalho no campo é árduo e incessante.

Durante o verão, um dos melhores espetáculos da natureza italiana é a abundância de cachos de uvas nas videiras. De norte a sul do país, é possível encontrar trepadeiras cujos ramos são sustentadas por uma pérgula, na horizontal, ou por uma espaldeira. Com esse último sistema, a videira é conduzida na vertical, em armações formadas por postes de madeira e prendidos por fios de arame em uma cerca.

E 2015, a Itália superou a França e afirmou-se como o primeiro produtor mundial de vinhos, com 48,8 milhões de hectolitros. Os franceses registraram uma produção de 46,4 e os espanhóis 36,6.

Para os agricultores, cada estação coincide com um ciclo evolutivo da videira e no verão – antes que as uvas amadureçam completamente – é o momento de realizar um trabalho que requer paciência e constância: a chamada sfogliatura e dirado dei grappoli.

Para garantir a produção de uva excelente, os agricultores realizam uma poda delicada, eliminando as folhas presentes nas proximidades dos cachos. Isso facilita a passagem da luz, permite que as frutas estejam bem arejadas e portanto menos sujeitas à umidade e a agentes patógenos.

Seja qual for o objetivo final do produtor, o controle do amadurecimento das uvas é fundamental. Aquelas menos maduras podem servir de base para espumantes ou vinhos brancos, enquanto os frutos bem maduros serão empregados nos vinhos tintos ou envelhecidos e aqueles que superaram o ponto de amadurecimento nos vinhos licorosos usados para acompanhar sobremesas.

Depois de retirar o excesso de folhas é realizado o chamado dirado dei grappoli, para diminuir a produção em excesso, uniformar as videiras e equilibrar as plantas que, assim, amadurecerão, uvas de ótima qualidade e maior prestígio.

Os cachos de uvas supérfluos – aqueles atacados por parasitas ou que amadurecerão por último- são cortados e apoiados sobre a terra, até serem recolhidos. Obviamente, os cachos cortados não são desperdiçados porque representam o resultado de um longo trabalho. Geralmente, eles são transformados em geleias ou utilizados na produção de cosméticos, inclusive orgânicos.

Em algumas estruturas hoteleiras italianas as uvas também servem para realizar tratamentos estéticos, como massagens e banhos de vinho.

Matéria do post-Italy

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